terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

#2 Construindo um lar - Parte 2 (31-01-2013)

Acordei cedo na manhã seguinte da minha primeira noite em Surrey. Estava agitada demais com todas as novidades para simplesmente me entregar ao sono. Levantei-me, arrumei mais algumas coisas no quarto, comi torradas e bebi suco no café da manhã e me encontrei com Bethany ao meio-dia para almoçarmos em algum lugar da cidade.


Da minha janela vejo a cozinha da Bethany (só não sei qual quadradinho é)

Pegamos um ônibus dentro do Manor Park e uns quinze minutos depois descíamos no centro de Guildford, na Friary Station, que convenientemente possui um shopping mall. Antes de decidirmos onde iríamos comer, fui apresentada à Primark, maravilhosa loja de roupas e itens de casa. Eu precisava comprar algumas coisas para minha nova casa, que, apesar de ter vindo mobiliada e acarpetada, não tinha muito mais do que isso. As primeiras coisas que senti necessidade na noite anterior foram:

- Cabides para pendurar as roupas dentro do armário (coloquei todas dobradas nas prateleiras e meus cachecóis enrolados na vara de cabides);
- Tapete de banheiro (quando saí do banho e imediatamente olhei para o chão frio, o único lugar para pisar além do meu chinelo);
- Pano de prato (para secar as mãos depois de lavar a louça).

Encontrei os cabides perfeitos na Primark: forrados de veludo (para a roupa não escorregar) cor-de-rosa. E achei um tapete de banheiro macio, antiderrapante e cor-de-rosa. E panos de prato cor-de-rosa. Um cesto para roupas sujas, cor-de-rosa. E uma capa de edredom, bom, branca e preta, mas com desenhos de rosas. Cor-de-rosa.
Acho que consegui realizar parte do meu sonho de viver em uma casa de Barbie.

 
Também comprei travesseiros para devolver os da Bethany.

Almoçamos num fast-food asiático, The Bamboo Basket, comemos arroz frito com camarão. Depois demos uma volta pela North Street, uma das principais do centro da cidade (a outra é a High Street) e fiz mais compras necessárias: gaveteiro que cabe exatamente embaixo da pia do banheiro, para guardar os artigos de higiene, frigideira (vermelha <3), produtos para lavar roupa (esse dia ainda vai chegar) e chocolates, estes encontrados na Poundland - tudo por £1! É claro que você encontra por uma libra coisas que valem muito menos, mas também encontra outras coisas que jamais teriam um preço tão baixo quanto este.

Voltamos para casa, deixei as compras no quarto e saímos novamente, para comprar mais comida na Tesco. Comprei ovos, queijo, presunto, leite, achocolatado, espátula e duas massas congeladas. O suficiente para lanches rápidos nos próximos cinco dias.

De volta ao campus, guardei as compras novamente e Bethany me convidou para comer algo no restaurante da recepção, o Heart + Soul (também conhecido como o único lugar com wi-fi do Manor Park). Ela se ofereceu para pagar, o que eu a princípio recusei, mas ela insistiu, alegando que era porque não tinha pagado meu táxi da noite anterior. Aceitei, mas só porque o valor do meu jantar foi infinitamente mais baixo do que o táxi de Londres até Guildford e porque ela ficou satisfeita dessa forma. A Bethany é muito gentil o tempo todo.

Comi a sopa do dia (ervilha com presunto, uma delícia) e Bethany escolheu outra coisa do cardápio. Ela me contou que este restaurante era recente, inaugurado para os jogos olímpicos do ano passado, e de fato dava pra ver que estava tudo novo e muito bonito. O papel de parede tem um desenho de flores em preto e branco e há mesas de diferentes alturas e larguras, com cadeiras e sofás com tecidos coloridos diferentes que se harmonizam muito bem. Também fiquei sabendo que alguns dos atletas das Olimpíadas ficaram hospedados no Manor Park, como a delegação das Ilhas Cayman (composta de 5 integrantes) e utilizaram o Sports Park para treinamento.

Pra você ver como essa universidade é bem estruturada.

Voltamos para nossos apartamentos e Bethany me presenteou com um calendário com fotos das Ilhas Cayman e um pingente de urso Panda e pimentinhas, um amuleto de sorte, que ela trouxe de Hong Kong, onde passou os últimos seis meses em intercâmbio do seu curso de Hospitality and Tourism.
Prevenida, presenteei-a com um quadrinho com uma imagem do Pão de Açúcar e da calçada de Copacabana feito de colagens. Penduramos nossos presentes em nossos respectivos quadros de aviso.


2 comentários:

  1. Oi Luiza! Estou adorando ler o seu diário de viagem.
    Antes, vou me apresentar: me chamo Maraysa e encontrei seu blog graças a um comentário que vc fez no Just Lia, falando que ia ficar um tempo em Londres. Eu tenho duas amigas que também estão no exterior por conta do Ciência sem Fronteiras (uma está na Alemanha e a outra, na Coreia do Sul).
    Acho esse projeto o máximo e se eu não já fosse graduada, bem que ia querer me aventurar em algo assim.

    Eu já morei longe da minha família por um tempo (mas no extremo do país, não em outro continente.. hehe), e sentia muitas saudades. Achava que ia morrer de tanto chorar com a falta que meus entes me faziam. Mas a distância realmente causa isso, então gostaria de te dizer que vc não vai morrer com a saudade, embora muitas vezes ela se torne quase insuportável. Resista, seja racional e aproveite cada instante dessa experiência riquíssima pela qual vc está passando.

    Tentarei acompanhar seu blog, é o máximo viver, através da sua escrita, cada descoberta em um país tão diferente do nosso.

    Enjoy!

    Paz e Luz!

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    1. Oi Maraysa, prazer em conhecer você!
      Que bom que está gostando das minhas experiências, e fico surpresa que tenha me encontrado! É verdade que quando postei lá no Just Lia existia uma pretensão de que alguém lesse, mas não imaginei que fosse acontecer tão rápido! Eu tive a ideia mais pra compartilhar as experiências com meus amigos e familiares com quem não consigo falar o tempo todo, porque assim eles podem acompanhar o meu dia a dia sem depender de me encontrar online pra eu contar o que tem acontecido...

      Essa é de fato minha primeira experiência de morar sozinha, embora não seja a primeira vez que fico longe da família. No ano passado passei janeiro e fevereiro em Montreal, no Canadá, fazendo curso de francês, mas morei numa casa de família que já tinha tudo o que uma casa precisa ter e eu dividi meu quarto com uma grande amiga de infância, então a gente segurava as pontas uma da outra nos momentos de solidão.

      Mas agora é tudo diferente, porque não são apenas dois meses e sim doze, eu não tenho amigos de infância aqui e tenho que dar conta da solidão e de cuidar de mim mesma sozinha. Mas estou conseguindo, e ainda vou melhorar, você vai ver! Beijo e obrigada por me acompanhar!

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