domingo, 17 de fevereiro de 2013

#19 Domingo sem sorte

Acordei cedo (10h, muito bom pra quem dormiu às 4h) e comecei os trabalhos. Li mais um capítulo do livro de Film Industy; ontem eu tinha feito a pesquisa sobre o filme Hyde Park on Hudson para essa mesma aula e lido o conto "The Bloody Chamber" de Angela Carter para a aula de Contemporary Storytelling;  tudo estava bem encaminhado. Fiz um macarrão com salsichas de almoço e até me permiti deitar um pouco pra repousar da barriga cheia (porque estava tão gostoso e ontem minhas refeições tinham sido poucas, acabei exagerando) e conversar com mamãe no Skype.

A conversa foi até às 17h-18h, hora de lavar roupa. Tinha acumulado muita coisa, o cesto estava pesado. Encontrei a J. na lavanderia ao lado do prédio dela e ficamos lá por uma hora e meia conversando e assistindo Jurassic Park na TV da sala comunal que é essa lavanderia, enquanto esperávamos as roupas lavarem e depois secarem.

Deu o tempo, guardamos nossas coisas e nos separamos para nos reencontrarmos na aula amanhã. Estranhei que algumas roupas que peguei pareciam úmidas, mas pensei, deve ser por causa do calor da secadora.

Me arrastei até em casa carregando o pesado cesto (nunca mais deixo acumular tanta roupa; e pior, roupa com lençol e toalha) e quando cheguei na porta do quarto, suspendi o cesto pela alça para entrar, e no que entrei, a alça se rompeu na minha mão. Droga.

Fui tirar as roupas para guardar e percebo que estão todas úmidas. E não era por causa do calor. As roupas simplesmente não secaram. Meus lençóis (de forrar + de cobrir + fronhas + capa do edredom) não secaram. E eram os únicos que eu tinha. Por sorte minha flatmate A.C. viu meu desespero no Facebook e bateu na minha porta para me emprestar um lençol de forrar e uma fronha. Um anjo, mesmo.

Vi que tinha uma noite de microfone aberto no Heart + Soul, peguei só a capa do edredom e o lençol de cobrir, coloquei numa sacola e levei para a secadora novamente. As outras roupas vão ter que esperar na sacola em frente ao meu aquecedor até amanhã. Sem chance de carregar aquele peso todo de novo.

Enquanto esperava a roupa de cama secar, fui até o restaurante e encontrei alguns dos meninos assistindo uma mulher cantando na tal competição do microfone aberto. Não fiquei nem meia hora, a competição acabou, o restaurante fechou e foram todos para seus flats. Eu voltei para a lavanderia e o D. me acompanhou enquanto fumava um cigarro. Quando terminou, entramos um pouco, estava bem frio, tentamos encontrar uma programação boa na TV, sem sucesso. Ele me fez companhia por 10 minutos e foi para casa dormir. Fiquei mais vinte minutos sozinha, sem nada para fazer, encarando meu smartphone que resolveu parar de atualizar os aplicativos, problema esse que os outros meninos que estavam no restaurante falharam em consertar.

Voltei pra casa com meus lençóis secos, botei uma água pra ferver e comi uma sopa de caneca. A sopa era gostosa, sabor frango com legumes, mas a cor era branca. Uma sopa branca. Pior do que sopa azul. Mas comi, era a única comida quente e fácil de fazer que me sobrara. Preciso comprar mais comida para a semana. O pão acabou, junto com vários outros alimentos essenciais.

Arrumei minha cama, tentei pendurar umas meias úmidas no aquecedor, mas constatei que ele não está aquecendo o suficiente e eu não descobri como aumentar a temperatura. Tenho medo de girar a "torneira" para o lado errado e acabar desligando tudo. Minha garganta está começando a mostrar sinais de alguma inflamação, provavelmente por exposição ao frio. Não me agasalhei apropriadamente hoje porque não ia muito longe, mas o dia, apesar de ter começado ensolarado, estava mais frio que ontem, e o vento da noite estava bem desagradável. Vitamina C já.

Não consegui fazer o trabalho da aula de terça, que vale nota, mas felizmente tenho a tarde de amanhã.

Estou cansada. Bem cansada. E sentindo falta de conforto familiar. Quero colo, abraço, carinho de mãe, pai, amigos. Essa é a primeira vez nesses dezenove dias que estive longe de casa que eu realmente senti falta do meu habitat natural. Da minha zona de conforto.

Ainda não me acostumei com meu tempo aqui, os dias não rendem, a noite e o sono chegam muito rápido; sinto que nunca dá tempo de fazer nada.

Principalmente de fazer as unhas.

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